Os assassinatos de Jack, "O Estripador", eram, na verdade, "rituais de sangue". É o que diz uma sinistra teoria conspiratória que, há mais de um século, circula nos meios esotéricos e literários.
Menu de páginas deste blog:
30/03/22
A Sinistra Magia de Jack, O Estripador
25/03/22
Elektra Assassina: a novela gráfica experimental de Frank Miller
Elektra encontra A Besta |
24/03/22
Arthur Koestler e a Teoria da 13º Tribo
Judeus asquenazi em Israel |
A teoria da 13º Tribo é uma teoria histórica, de caráter revisionista, proposta no século passado pelo jornalista e intelectual Arthur Koestler. Resumidamente, a teoria sugere que os judeus asquenazi – aqueles de ascendência alemã e norte europeia (foto acima) – não seriam judeus étnicos, ou seja: não seriam semitas, o povo original da narrativa bíblica.
Os asquenazis seriam, na verdade, descendentes dos kazhares, um povode origem túrquica hoje em dia esquecido, mas que formou vasto império na idade média e habitou o norte da Europa, principalmente as estepes russas.
Judeus asquenazi de origem turca, fotografados em Jerusalém em 1885 . Segundo a teoria, não teriam sangue semita |
Os kazhares teriam adotado o judaísmo e se espalhado pela Europa depois da dissolução do império kazhar. Por isso, muitos judeus que nós conhecemos atualmente (de fenótipo nórdico, brancos e de olhos azuis) não seriam “judeus biológicos” ou “judeus de verdade”; mas sim herdeiros culturais de povos historicamente convertidos – daí o nome ‘13º tribo’.
Embora interessante, a teoria é bastante controversa e problemática. Longe de ser a conclusão imparcial de uma pesquisa original, a tese foi, ao menos em parte, planejada. Arthur Koestler– que era judeu – tinha motivações políticas. Ele pensava que se conseguisse demonstrar que os judeus de origem norte-européia não eram semitas, então, logicamente, encerrar-se-ia o antissemitismo na Europa. Por esse motivo, mesmo que sua pesquisa se embase em ocorrências históricas reais, suas conclusões devem ser vistas com certa suspeita.
Koestler foi considerado um dos grandes intelectuais e romancistas do século XX, e era amigo de autores famosos como George Orwell. |
Obviamente, a comunidade judaica internacional (cujos líderes, em sua maioria, são judeus asquenazi) não gostou nenhum pouquinho da teoria. No meio judaico em geral, exceto por um ou outro intelectual dissidente, a tese tem sido considerado falsa, conquanto razoavelmente elaborada.
Hoje em dia, se vivo fosse, Koestler estaria a beira de um ataque de nervos, pois sua ideia converteu-se em arma política justamente para o lado que ele desejava combater. Há anos a teoria da 13º tribo vem sendo instrumentalizada por grupos de extrema direita que alegam que, por não serem semitas, os judeus asquenazi não possuem legitimidade para ocupar Israel.
Mesmo controversa e polêmica, a teoria é importante porque suscita o debate sobre o que significa ser judeu; faz pensar sobre o papel da cultura e da raça (herança genética) na formação da história e da identidade judaica. Um debate muito relevante para um povo tão cosmopolita e ao mesmo tempo tão preocupado em manter sua unidade espiritual.
23/03/22
Um Breve Resumo de Como Chegamos até Aqui
Cabe notar que não chegaríamos tão longe sozinhos. Antes de tudo, devemos compreender que fomos vitimados por influências terríveis.
22/03/22
21/03/22
Afinal de contas, o que é a Matrix?
Quer mesmo saber?
Então deixe-me te mostrar até onde vai a toca do coelho, pequeno neo. Preparado? Vamos lá:
Sobre o Filme:
Basicamente, a “matrix”, segundo o contexto da trilogia cinematográfica dos irmãos wachowski, é o termo usado para descrever uma realidade virtual produzida por formas de inteligência artificial (A.I )que se rebelaram contra os seres humanos no passado, numa guerra onde as máquinas venceram.
Desde então, as máquinas vem utilizando os seres humanos como fonte de energia. Ao mesmo tempo, para que os humanos não tomem consciência disso, as máquinas criaram um meio de controlar a mente humana, criando um mundo virtual, ilusório, uma prisão mental— a matrix—, mas que a maioria dos humanos aceitam como real.
20/03/22
11 Conselhos Para Jovens Nerds
[Dexter, o pequeno e arrogante gênio.] |
18/03/22
A Erva Que Não Era do Capeta - Um Breve Relato de Experiência Psiconauta
[Paulo Francis fumando um… cigarro…]
Certa vez, acho que no Manhathan Connection, perguntaram ao Paulo Francis quais drogas ele já havia usado, ao que ele respondeu:
"Todas. A melhor é speed ball. E maconha não faz mal algum".
Pois bem. Diferente do Francis, eu usei poucas drogas.
E só as usei quando já havia saído de casa, tinha já meu emprego, minha independência e, finalmente, era "o dono do meu nariz": livre para cometer a burrada que me desse na telha.
Mas devo confessar que, de início, drogas não me atraiam. Como fui criado numa cultura puritana, não via o entorpecimento com bons olhos. Lembro de, já adulto, um amigo ter me oferecido maconha várias vezes e eu sempre ter recusado, cheio de orgulho do que considerava minha pureza de caráter. E eu teria permanecido em tal postura não fosse um motivo de ordem puramente intelectual:
16/03/22
Mais Estranho Que A Ficção: E mais fácil do que deveria...
Há mais de dez anos, em algum canal de TV - acho que foi na extinta Play TV, passou uma interessante resenha sobre este filme. O enredo parecia inusitado e criativo, promissor, o suficiente para eu querer assistir. Mas o tempo passou e esqueci o nome do filme. Persistiu, porém, a vontade de assisti-lo. Foi só em 2021, no Segundo Ano da Peste, que eu descobri o nome, baixei o torrent e finalmente assisti Stranger Than Fiction.
E então, o filme é bom ou ruim?
Bem... eu não diria que é um filme ruim, mas parece-me que está fadado a ser mais interessante para amantes de Literatura que para o público geral. E sou obrigado a escrever isso pois existe um grande problema no desenvolvimento da obra: as relações acontecem com mais facilidade do que deveriam. Quero dizer: as reações e comportamentos dos coadjuvantes não são verossímeis.
Vejamos: (1) a secretária, uma negra norte americana, é demasiado complacente com a escritora em crise, quando o esperado seria que brigassem e não se suportassem - afinal a escritora inglesa é terrivelmente arrogante e autocentrada, ao ponto de irritar o expectador. Pessoas vividas sabem que os negros norte-americanos não levam desaforo pra casa, logo; uma mulher negra americana sendo destratada por uma inglesa metida soa ridículo e inverossímil; (2) o professor de literatura decide passar o tempo tentando descobrir de quem é a voz narrativa que o protagonista escuta, mas faz isso sem ter nenhum bom motivo, simplesmente aceita a história fantástica de um desconhecido que possivelmente é esquizofrênico; e (3) a confeiteira esquerdista trata afetuosamente o protagonista, sujeito que ela detestava, e vai além, apaixonando-se pelo mesmo, que aliás é morno, monótono, burocrata, sem beleza e que em nada tem a ver com ela.
A piada é que, com isso tudo, o expectador fica com a sensação de que são os coadjuvantes que fazem parte de um roteiro invisível e abusivo, no qual são privados de autonomia e necessariamente devem ajudar o protagonista. É claro que os coadjuvantes precisam se comportar como se comportam para que a trama vá para frente - esse não é o problema. O problema é que suas motivações ou não existem ou são mal explicadas e não convencem.
Os que gostam de Literatura e de obras relacionadas, especialmente se possuírem interesse em gnosticismo hollywoodiano, poderão dar um desconto e focar na boa atuação de Will Ferrel e Emma Thompson.
Assim, Stranger Than Fiction, na opinião crítica deste blogueiro metido a cinéfilo, está longe de ser um grande filme e é apenas divertido e ligeiramente engraçado. Numa comparação qualitativa, eu diria que fica uma estrela abaixo de The Professor (2018), filme que tem ritmo semelhante e intensidade igualmente amena, mas com a vantagem de possuir personagens com justificações convincentes.
Para não parecer chato demais, vale dizer que a atuação de Emma Thompson como escritora está magistral, convincente e charmosa.
Dei ao filme duas estrelas e meio no Filmow, onde originalmente publiquei este comentário. Considero que três estrelas sejas bom, portanto, duas estrelas e meio seria algo como quase-bom.
15/03/22
O Sacrifício do Cervo Sagrado: Um Filme Estranho, Bom e Sinistro
Há filmes estranhos e engraçados, que incomodam pelo absurdo, como O Grande Lebowsky (1998) e Quero Ser John Malkovitch (1999), e há filmes que provocam incômodo pelo realismo sombrio com o qual abordam seus temas, como O Operário (2004) e A Caça (2012).