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05/10/22

O Mundo É Muito Interessante...

Gosto de conhecimento, tanto ao ponto de sentir prazer em obtê-lo. Essa é uma característica tão expressiva em minha personalidade que já me acusaram de "viciado em conhecimento". Descobrir algo novo, fascinante, incrível e inusitado me deixa animado, meditativo, embasbacado; me faz pensar que o mundo é mesmo um lugar muito interessante, cheio de coisas doidas, inacreditáveis. Coisas que podem tornar  nossa experiência de vida muito mais dinâmica e interessante. E quando eu digo "mundo", refiro-me a tudo mesmo: pessoas, animais, objetos, ideias, relações...


                            [ O que fazer quando uma ponte resolve dançar?]

Suspeito que todo mundo tem, ao menos algumas vezes - talvez depois de assistir um documentário do Netgeo - certo deslumbramento com as coisas estranhas e maravilhosas do mundo. Mas, infelizmente, acontece que com o tempo as pessoas se esquecem e param de pensar nas coisas incríveis e misteriosas. Limitam-se ao cotidiano mais imediato, à vidinha suburbana e suas necessidades mequetrefes.

A experiência de estar no mundo e observá-lo é muito mais intensa e impressionante  quando somos mais jovens, e parece diminuir  de intensidade enquanto crescemos. Raramente um homem adulto olha para um cachorro do modo como ele olhou pela primeira vez, ou do modo como as crianças os olham. Raramente um adulto sente o mesmo que uma criança quando vai ao zoológico. Mas por quê? O que torna os adultos menos impressionáveis com as coisas do mundo?

[A mula certamente era lenda, mas frango sem cabeça existiu. E pelo que consta, sobreviveu por mais de um ano.]

Uma forma de explicar esse fenômeno - a apatia dos adultos - é por meio de uma teoria econômica chamada de Lei da Utilidade Marginal. Ela diz, mais ou menos, que quanto mais usamos um bem (ou quanto maior a quantidade dele), mais decresce o valor de utilidade subjetiva desse bem.  Não entendeu? Calma. O melhor jeito de entender é pensar no consumo da água. Se estivermos com muita sede, o primeiro copo de água que tomarmos terá, para nós, um alto valor de saciação. (Quanto mais sede, mais nos alegrará um copo de água). Contudo, nossa satisfação será menor no segundo e provavelmente sumirá no terceiro copo. Se continuarmos, embora já com pouquíssima sede, indo pro quarto e para o quinto copos, não ficaremos tão intensamente  satisfeitos quanto ficamos com o primeiro copo, pois já estaremos saturados. No jargão econômico isso significa que o "valor  de utilidade" subjetiva  do bem - no caso, a água - diminuiu com o consumo.

[E a teoria científica de que alguns dos nossos antepassados eram..macacos aquáticos?! ]

Resumindo, a ideia é que o valor que damos a um bem está, de algum modo, relacionado com a nossa exposição e consumo desse bem. Quando não temos um objeto, ou o temos em pouca quantidade, mais valoroso ele é. Quanto mais o temos, menos valoroso ele nos parece. Isso explica o chamado Paradoxo da Água e do Diamante, que é o fato da água ser objetivamente mais útil que um diamante, mas ser estranhamente muito mais barata que o mesmo. A explicação é que  o diamante é mais caro porque é mais raro, o que aumenta o seu valor subjetivo.


[Vão dizer que é loucura, mas... há indícios de que os fenícios vieram ao Brasil. Será?]

Se pensarmos no mundo como uma fonte de bens do quais dispomos, e daí aplicarmos a lei da utilidade marginal, ficará claro que nossa experiência com o mundo perde valor quando nos limitamos a consumir os mesmos bens, ou quando temos apenas o mesmo circuito de experiências. Um adulto, por exemplo, já teve muito mais experiências de interação com um cachorro que uma criança. Ficamos deslumbrados com as coisas quando elas são raras, quando são novidades,quando fogem do que já conhecemos.


                     [Sabia que em nosso planeta existem lagos cor de rosa?]

Sabendo disso, é preciso lembrar que o nosso planeta é enorme e está repleto de coisas  e experiências que desconhecemos, de bens ( mentais ou físicos) que não temos e que podemos obter ou conhecer, direta ou indiretamente. O fato da nossa inteligência ser limitada faz com que o conhecimento seja sempre escasso. Não importa o quanto você saiba, sempre haverão perguntas, sempre haverão mistérios. Não é preciso reduzir o mundo a nossa experiência mais imediata, ao que já conhecemos. Esse comportamento denota mediocridade, rigidez cognitiva e é terrivelmente limitador. A pior das prisões é a prisão mental, especialmente quando é reducionista.

             [O mestre kame existiu. E isso é algo realmente impressionante.]


Do que foi dito até  agora é possível concluir que a curiosidade é uma aliada imprescindível  dos que querem enriquecer suas mentes e ter uma visão mais ampla do mundo. A pessoa curiosa, com espírito inquieto e investigativo, sempre está descobrindo algo fantástico, curioso e muita vezes incrivelmente útil. Quem é curioso e imaginativo nãose limita a pensar apenas no mundo imediatamente acessível, porque sabe que existe um universo de possibilidades inexploradas das quais ela pode conhecer e dispor.
          
[Se você achou o lago rosa curioso é porque ainda não ouviu falar do tigre azul.]

Portanto se você já estava acostumado com o mundo, espero ter ajudado a mudar isso. Há muito pra se conhecer, para deslumbrar e maravilhar-se. A vida é, como dizem por aí, uma caixinha de surpresas. O mundo também. Mas para descobrir suas surpresas é preciso procurar. E a internet está aí pra isso.

Há milhares de coisas incríveis por aí. Algumas delas muito mais surpreendentes que as que eu mencionei aqui. Se for corajoso, poste uma nos comentários para que eu possa me maravilhar com ela também. E trate de lembrar que nosso mundo é mesmo um lugar muito interessante.



 [Ah, eu não poderia terminar sem dizer que existe uma agua viva que é imortal.]

24/03/22

Arthur Koestler e a Teoria da 13º Tribo


 Judeus asquenazi em Israel

A teoria da 13º Tribo é uma teoria histórica, de caráter revisionista, proposta no século passado pelo jornalista e intelectual Arthur Koestler. Resumidamente, a teoria sugere que os judeus asquenazi – aqueles de ascendência alemã e norte europeia (foto acima) – não seriam judeus étnicos, ou seja: não seriam semitas, o povo original da narrativa bíblica.

Os asquenazis seriam, na verdade, descendentes dos kazhares, um povode origem túrquica hoje em dia esquecido, mas que formou vasto império na idade média e habitou o norte da Europa, principalmente as estepes russas.

Judeus asquenazi de origem turca, fotografados em Jerusalém em 1885 . Segundo a teoria, não teriam sangue semita

Os kazhares teriam adotado o judaísmo e se espalhado pela Europa depois da dissolução do império kazhar. Por isso, muitos judeus que nós conhecemos atualmente (de fenótipo nórdico, brancos e de olhos azuis) não seriam “judeus biológicos” ou “judeus de verdade”; mas sim herdeiros culturais de povos historicamente convertidos – daí o nome ‘13º tribo’.

Embora interessante, a teoria é bastante controversa e problemática. Longe de ser a conclusão imparcial de uma pesquisa original, a tese foi, ao menos em parte, planejada. Arthur Koestler– que era judeu – tinha motivações políticas. Ele pensava que se conseguisse demonstrar que os judeus de origem norte-européia não eram semitas, então, logicamente, encerrar-se-ia o antissemitismo na Europa. Por esse motivo, mesmo que sua pesquisa se embase em ocorrências históricas reais, suas conclusões devem ser vistas com certa suspeita. 

Koestler foi considerado um dos grandes intelectuais e romancistas do século XX, e era amigo de autores famosos como George Orwell.

Obviamente, a comunidade judaica internacional (cujos líderes, em sua maioria, são judeus asquenazi) não gostou nenhum pouquinho da teoria. No meio judaico em geral, exceto por um ou outro intelectual dissidente, a tese tem sido considerado falsa, conquanto razoavelmente elaborada.

Hoje em dia, se vivo fosse, Koestler estaria a beira de um ataque de nervos, pois sua ideia converteu-se em arma política justamente para o lado que ele desejava combater. Há anos a teoria da 13º tribo vem sendo instrumentalizada por grupos de extrema direita que alegam que, por não serem semitas, os judeus asquenazi não possuem legitimidade para ocupar Israel.

Mesmo controversa e polêmica, a teoria é importante porque suscita o debate sobre o que significa ser judeu; faz pensar sobre o papel da cultura e da raça (herança genética) na formação da história e da identidade judaica. Um debate muito relevante para um povo tão cosmopolita e ao mesmo tempo tão preocupado em manter sua unidade espiritual.