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21/03/22

Afinal de contas, o que é a Matrix?


Quer mesmo saber?

Então deixe-me te mostrar até onde vai a toca do coelho, pequeno neoPreparado? Vamos lá:

Sobre o Filme:

Basicamente, a “matrix”, segundo o contexto da trilogia cinematográfica dos irmãos wachowski, é o termo usado para descrever uma realidade virtual produzida por formas de inteligência artificial (A.I )que se rebelaram contra os seres humanos no passado, numa guerra onde as máquinas venceram.

Desde então, as máquinas vem utilizando os seres humanos como fonte de energia. Ao mesmo tempo, para que os humanos não tomem consciência disso, as máquinas criaram um meio de controlar a mente humana, criando um mundo virtual, ilusório, uma prisão mental a matrix—, mas que a maioria dos humanos aceitam como real.

14/03/22

Pirataria Digital: Tô Dentro!

 


Brasileiro pobre, nascido nos anárquicos anos 90 e formado internauta na gloriosa web 2.0, a pirataria e o compartilhamento virtual estão entranhados no modo como encaro a internet. Para mim, sem compartilhamento a internet não é internet, até porque ela nasceu para isso...

Carrego a nostalgia pelo tempo áureo dos blogs, onde era possível compartilhar de quase tudo - e impunemente. Hoje em dia não é mais assim, de dez anos pra cá o compartilhamento, embora ainda não seja crime, em muitos casos revelou-se problemático... De qualquer modo, problemático ou não, é a tradição a qual me filio; e sendo como sou, pirata inveterado, jamais poderia tocar um blog pessoal sem essa atividade. 

Por isso decidi compartilhar aqui quadrinhos, filmes e o que mais der na telha. Com sorte, não terei problemas. Felizmente, costumo ser um homem de sorte. Pois vejamos...

19/11/21

Pequeno Incremento (em homenagem aos blogs antigos)


A página do antigo jornal O Indivíduo, editado por Pedro Sette Câmara

Andei vasculhando alguns blogs antigos (os bons blogs antigos, amadores, blogspot, .org ou wordpress, sem muito SEO...) e concluí que devo incrementar algo em minhas postagens por aqui. Devo adicionar imagens. Uma imagem para cada texto, à moda dos blogs antigos.

Por causa do charme, simplicidade e funcionalidade, o formato imagem + texto se impôs como estilo blogueirístico par excellence. Nos blogs de resenhas, especialmente neles, a organização gráfica mais comum era a foto do livro, ou do autor, seguida da resenha.

Acho elegante e econômico. Além disso, é conveniente, pois o efeito é quebrar a monotonia gráfica que o texto impresso sugere. Será essa a organização que adotarei por aqui. Em dia de maior disposição, editarei os textos já publicados aqui no blog, adicionando a eles alguma imagem apropriada (ou, talvez, inapropriada). 

Curiosidade: mal tomei a decisão mencionada e sinto que a estética retrô de blog antigo e de poucos leitores já me anima a escrever mais. Mas pode ser sentimento ilusório. Veremos.


13/05/21

Do F.A.R.R.A ao QUORA: ativismo cultural, opinião e debates na Web

Internet: o mundo em um clique; a loucura em dois.

 Era uma vez um jovem internauta...

Ainda na pré-adolescência, período de meus primeiros acessos, imaginava que a rede mundial de computadores poderia ser interessante fonte de conhecimento e de contatos. E então, tratei de explorá-la.
 
Na época, descobrir blogs e arranjar debates em fóruns eram algumas das coisas mais legais a se fazer. O Youtube estava engatinhando. O Facebook nem havia chegado aqui, e nem precisava: tínhamos o Orkut. Usávamos, para socialização básica e paquera, o MSN (melhor que os “mensageiros” populares de hoje).
 
As Comunidades e os  Interesses...

A opinião independente rolava solta no Orkut, nos blogs e nos fóruns. Tínhamos nós - os nerds, os supercuriosos, os inconformistas, os fazedores de mídia alternativa e os marginalmente intelectualizados – um paraíso artificial.
 
Os  paranoicos acessavam o Fórum Anti Nova Ordem Mundial. Os esotéricos tinham o Teoria da Conspiração. Os satanistas, anarquistas e experimentalistas frequentavam o Morte Súbita Inc – cujo lema era “segredos proibidos ao alcance de todos”- que ensinava desde hipnose até magia sexual até como fazer pactos com demônios. Os céticos acessavam o Ceticismo Aberto, certamente o maior portal do tipo. Os masculinistas se reuniam no Fórum do Búfalo e também em outros, menores, dedicados ao “Realismo”, movimento que problematiza o comportamento feminino e as interações homem-mulher. E os nerds da cultura tinham o F.A.R.RAFórum dos Revolucionários da Rapadura Açucarada.

A Farra Contagiante...

O F.A.R.R.A era basicamente uma universidade nerd. Sua equipe, que contava com voluntários do Brasil inteiro, traduzia e disponibilizava filmes raros, documentários, animes, desenhos, séries antigas, quadrinhos e mangás ainda não publicados no Brasil. Além disso, lá haviam os debates, as recomendações, os classificados, as conversas e os vários projetos internos. O projeto mais duradouro foi a revista: FARRAZINE. Teve mais de vinte edições. Era um fanzine online divertidíssimo, que continuou mesmo depois da derrocada do fórum, em 2009. Os membros, os mais variados: advogados, professores, tatuadores, desenhistas, roteiristas, escritores, artistas, programadores, donas de casa...
 
Se não me engano, era gente do F.A.R.RA que estava por trás do excelente site VERTIGEMHQ, que traduzia e disponibilizava quadrinhos adultos e alternativos, especialmente os da Vertigo, a famosa linha de quadrinhos adultos da DC comics. O F.A.R.R.A era um mundo alternativo. Seus membros eram piratas da cultura. Todos lá amavam o Pirate Bay e o Wikileaks. Não havia um membro que não entendesse como o acesso à internet poderia educar o público e revolucionar o mundo. Foi uma pequena utopia. Infelizmente, faz mais de dez anos que acabou. Deixou-me órfão. Nunca me recuperei.
 
Junto com o Fórum dos Revolucionários da Rapadura Açucarada morreram inúmeros grandes sites e portais de upload e download; o mais memorável, talvez, foi o Rapshare. Morreram, mas não de morte natural. A verdade é que foram assassinados, perseguidos e denunciados por lobistas e advogados de grandes corporações da indústria cultural.
 
O Monstro Corporativo...

Foi a burocracia restritiva do capitalismo digital que matou nossa utopia. O mesmo sistema que, em alguns anos, iria transformar a internet.  Foi ele que impulsionou as redes sociais mais populares, herdeiras do modo Zuckerberg de fazer startup, todas elas moldadas pelos mesmos gatilhos psicológicos de recompensa viciante, fizeram a cabeça – e o comportamento – das novas gerações de usuários. Tudo financiado e possibilitado pelo assanhamento dos anunciantes. Essas plataformas andam deixando muita gente ansiosa, depressiva e suicida, mas isso é detalhe, importante mesmo é o lucro. Capitalismo, onde quer que se encontre, é sempre a mesma história: o monstro corporativo tentando manter nossos olhos vendados e influenciar nosso comportamento consumidor. E sabem qual é o pior? O monstro corporativo sempre vence no final. Ou quase.
 
Hoje em dia ainda há algum pensamento livre na internet. E para ironia do destino, grande parte dele se dá em fóruns ou comunidades frequentemente acusadas de racismo ou antissemitismo, como o Reddit e alguns Chans. Os blogs ainda vivem, mas já não tão vivos quanto antes. O nascimento do Bitchute e do Mastodon, coisa de alguns anos atrás, parece uma lufada de ar fresco. O Pirate Bay permanece, cambaleante, mas ainda lá. O Wikileaks eu nem sei como vai, mas o futuro de Assange não é nada promissor: já foi pego e já foi torturado. Se o deixarem viver, jamais será o mesmo.
 

Algo Errado Com o Quora...

E neste mundo, onde uns querem controlar nossa mente e uns  poucos querem livrá-la, há o Quora. Quando entrei no Quora, vi logo o potencial da plataforma. Parecia um espaço promissor. Dois anos de uso, contudo, me fazem pensar  que algo deu errado. A qualidade do conteúdo, tanto das perguntas como das respostas, decaiu bastante. Não há qualquer tipo de recompensa para as boas iniciativas e para as respostas mais profundas e informativas. O viés dos moderadores é óbvio e incômodo. Alguns usuários mais críticos ou sarcásticos frequentemente se veem com respostas excluídas, sem justificações satisfatórias por parte dos moderadores.
 
E embora tudo isso seja relativamente fácil de resolver, nada indica que será resolvido. Eu mesmo, embora seja tido como rebelde e provocador, resignei-me tanto que já não escrevo por lá. A ideia de que uma ou outra resposta, mesmo quando nitidamente humorística, possa ser apagada tende a me desanimar. E se for para escrever um texto mais trabalhoso e profundo, a sensação é de que o local não é adequado: terá poucas visualizações e poucos comentários. Melhor compartilhar em algum grupo de Facebook, no Medium, num blog ou em algum fórum. Ou, talvez, numa Newsletter. Não no Quora. O Quora é para curiosidades, gracejos moderados e textos menos exigentes.
 
Tudo muda por aqui...

Plataformas que inovam e que se vão, sites e aplicativos que dominam décadas mas depois desaparecem, comunidades que crescem exponencialmente e depois viram memória...
 
Pois é... Se há uma verdade sobre a internet é que ela é dinâmica e fluida: aberta à novidades e mudanças severas. O que vem por aí? Ninguém sabe. Então é bom ficar atento. Estar aberto ao futuro, mas sem esquecer do passado; eis a obrigação do internauta inteligente. E sigamos, que a vida cultural online não pode parar.