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30/06/22
O Que Jovens Com Ambição Política Deveriam Saber
22/06/22
Notinha #6: Contra Gigantes
Ocorre, vez ou outra, de encontrar pessoas que parecem voar níveis acima dos meus em desenvolvimento moral, espiritual, artístico, cultural e intelectual. Falam sobre assuntos difíceis e complicados, de modo que nunca as compreendo na totalidade. Por vezes, sinto que emanam uma sapiência - poderia dizer uma superioridade - que não apenas surpreende, mas paralisa. Diante delas, envergonho-me de meu tamanho e tudo quanto sei ou fiz parece raso e sem valor.
15/06/22
Notinha #5: Breve Reflexão Sobre Meritocracia
Não é que meritocracia não exista. Existir, existe. Mas, diria eu, existem ao menos três problemas principais em torno do tema.
O primeiro é que meritocracia não implica, necessariamente, em valorizar os melhores comportamentos. Na verdade, os critérios tendem a ser problemáticos: em contextos corporativos, por exemplo, premia-se a astúcia, a malandragem e a capacidade de influenciar; então, não se trata exatamente de "trabalhar duro"; mas de ser eficiente e gerar resultados (independente dos meios).
Já em contextos culturais, premia-se aquele que é capaz de produzir engajamento e produtos derivados (ruído comercial), independente da qualidade do conteúdo. Nesse caso, o critério é meramente gravitacional. Como os vícios chamam mais atenção que as virtudes, os agentes culturais com comportamento mais sórdido e reprovável levam vantagem, fazendo com que as pessoas orbitem em torno de suas obras e consumam seus derivados. Esse é o mérito de quem produz Kitsch e Trash Culture, e por isso são premiados.
O segundo problema é que, cá no Brasil, a lógica do formalismo burguês (onde prevalece a igualdade formal) nunca dominou. Nossa psicologia é aristocrática, mentalidade herdeira da escravidão. O que isso significa na prática? Significa que aqueles que pertencem ao meu grupo social estão acima dos outros, por isso deverão ser favorecidos. O "mérito" (e também o "direito") será dado a quem é mais próximo socialmente ou afetivamente. Eis a tipologia política do "homem cordial".
E o terceiro problema é que, no mundo real, existem redes de fidelidade institucional não declaradas e mesmo obscuras que decidem "quem tem mérito". Isso é particularmente verdadeiro quando se adentra no submundo das de poder e influência: Maçonaria, Lions Clubs, Rotary Clubs e outras organizações, secretes, discretas ou desconhecidas, que influenciam escolhas e agendas em Editoras, Jornais, Canais de TV, Universidades, etc. E nem vou falar de espiões, agentes infiltrados e ativistas que se destacam e até parecem independentes, mas que são, na verdade, sócios e representantes de algum clubinho (como parece ser o caso do Guru da Virgínia).
07/06/22
Como Estudar Qualquer Teoria Sem Virar Papagaio de Teórico
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Ninguém aguenta papagaio intelectual |
Com esse macete você fica prevenido de acreditar por completo na primeira teoria totalizante e interessante que te cruzar o caminho.
Em suma: leia Marx pela ótica de Proudhon, Proudhon pela ótica de Marx, leia a vida de Cristo pela ótica de um humanista como Ernest Renan e leia sobre o iluminismo pela ótica do contra-iluminismo.
Isso vai elevar significativamente sua habilidade e fluidez intelectual.
O único problema é que tem dois efeitos colaterais:
1) Te deixa cético.
2) Te deixa louco.
*Acréscimo*.
O confrade Clark Aban, no Zuckbook, questionou-me:
"Porque te deixa louco?"
Eis a explicação resumida:
Basicamente, porque a pessoa desenvolve a habilidade de compreender e aceitar paradoxos. Como exemplo eu poderia citar um texto do Leszek Kolakowsky em que ele ensina "como ser um conservador, liberal e socialista".
Quando você começa a pensar que Deus pode existir e não existir, que o cristianismo é verdadeiro e falso, que a liberdade humana existe e não existe, que magia funciona e não funciona, ou, ainda, que você pode ser um conservador-liberal-socialista, então, para todos os fins, você já é um doidinho.