19/01/22

Teoria da Solidão Positiva

 

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Ludwing Wittgenstein, que deliberadamente se isolou para realizar um dos trabalhos filosóficos mais impactantes do século XX.

Os relacionamentos interpessoais, especificamente aqueles que não se baseiam exclusivamente no pragmatismo das necessidades cotidianas, só valem à pena quando o desenvolvimento individual — intelectual, moral, emocional — dos membros atinge maiores alturas do que ocorreria com os indivíduos isoladamente.

Se a companhia de um ser humano x não me acrescenta uma probabilidade de evolução maior do que a minha própria companhia, então a solidão (que é ter apenas a minha própria companhia), será mais produtiva evolutivamente do que a companhia de x.

Esse é um raciocínio simples que explica por que ficar sozinho pode ser muito mais produtivo do que se relacionar com uma determinada pessoa. Subindo um degrau, penso que o mesmo raciocínio pode ser aplicado a grupos sociais.

O que há de interessante aqui é a informação (talvez nova para alguns) de que, em alguns contextos,  ficar sozinho produz uma evolução maior do que participar de grupos.

Daí que no atual status quo do mundo em que vivemos, ser solitário, para algumas pessoas, tem mais a ver com a baixa oferta de indivíduos notáveis, aqueles indivíduos que podem oferecer contribuições significativas ao aperfeiçoamento do homem, do que com algum pretenso ódio as pessoas, misantropia ou alguma outra psicopatologia.

Em síntese; algumas pessoas precisam ficar sozinhas pois, no meio em que vivem, essa é a maneira mais eficiente de evoluírem.


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Nota do editor: o texto acima  foi escrito em 2017 e originalmente publicado no Medium.

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